Como foi amplamente divulgado nos meios de comunicação, ontem, 30/08, ocorreram diversos tremores na Bahia. O sismo de maior magnitude ocorreu às 10:44 UTC (07:44, hora local) e teve magnitude 4.6, segundo o USGS e o EMSC. Esse, e outros eventos, foram sentidos principalmente no Recôncavo, Vale do Jiquiriçá e inclusive em Salvador. Segundo levantamento da Prefeitura de Amargosa os efeitos maiores foram constatados no distrito de Corta Mão, constatando-se avarias em casas.
Hoje, 31/08, às 06:42 UTC (03:42, hora local) ocorreu um novo tremor desta vez de magnitude preliminar 3.5. Esse evento foi sentido em Amargosa e em outros municípios próximos.
Esses eventos foram registrados pelas estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) operadas pela UFRN.
O mapa de localização epicentral está mostrado na Figura 1.
Os registros dos eventos dos dias 30 e 31/08 na estação de Itapé (NBIT) estão mostrados nas Figuras 2 e 3.
Na Figura 1 mostramos os epicentros determinados pela rede RSBR e pelo USGS. Ambos tem incertezas grandes pois, no caso do USGS a estação mais próxima está a cerca de 1.000 km e no caso da RSBR de cerca de 220 km. A localização da área epicentral com maior precisão vai ser possível com a instalação de uma rede sismográfica local, pelo LabSis/UFRN, com financiamento do INCT de Estudos Tectônicos, prevista para os próximos dias.
O evento mais antigo que se tem notícia nessa região foi o de um tremor de magnitude estimada em 3.5 que ocorreu em dezembro de 1899, sentido em Amargosa. Nos anos seguintes, até 1920, houve uma intensa atividade sísmica na Bahia, no Recôncavo e suas vizinhanças, mas, posteriormente, a atividade diminuiu. Como em sismologia é impossível fazer previsões, não é possível saber se esses eventos vão ficar circunscritos às proximidades de Amargosa ou vão iniciar um novo ciclo de intensa atividade sísmica nessa região da Bahia.
Fonte: LabSis/UFRN, RSBR, USGS, INCT-ET
Joaquim Ferreira, Eduardo Menezes, Aderson do Nascimento, Flauber Costa, Marconi Oliveira
Acompanho a página de vocês a um tempo e venho notado um crescente número de abalos na região nordeste. Existe algum estudo contemplando o total desses abalos ? Ou seja, se existe algum estudo mostrando interligação entre todos os abalos que estão ocorrendo na região nordeste. Abraço e parabéns pelo trabalho
ResponderExcluirParabéns Eduardo Menezes, Professores Joaquim e Aderson e toda a equipe pelo excelente trabalho !
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