Hoje, 18/09, às 21:43 UTC ocorreu um novo forte tremor próximo a São Pedro e São Paulo, desta vez de magnitude 6.9. Um forte tremor , de magnitude 6.5, já havia ocorrido na região no dia 30/08.
O epicentro do evento foi localizado a aproximadamente 282 km a E de São Pedro e São Paulo (portanto, dentro do limite das 200 milhas ou 370 km da Zona Econômica Exclusiva), a 816 km a NE de Fernando de Noronha, a 1.184 km a NE de São Miguel do Gostoso, a 1.193 km a NE de Natal, a 1.338 km a NNE de Recife e a 1.405 km a ENE de Fortaleza.
Dada a magnitude e proximidade de São Pedro e São Paulo, embora não tenhamos informações até o momento, esse tremor certamente foi sentido pelo pessoal da base de pesquisa em São Pedro e São Paulo.
O mapa de localização epicentral está mostrado na Figura 1.
Figura 1. Mapa de localização epicentral. O epicentro está representado pela estrela vermelha. O triângulo vermelho representa a estação de Riachuelo (RCBR).
Esse evento foi registrado pelas diversas estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR). A estação mais próxima do epicentro é a estação de Riachuelo, da rede global GSN, operada pelo LabSis/UFRN. O registro do evento em RCBR está mostrado na Figura 2.
Figura 1. Sismograma parcial do dia 18/09/2020 da estação RCBR. O registro do evento pode ser visto em amarelo e verde após as 21:46 UTC. Dada a magnitude do evento é de se esperar que novas réplicas venham a ocorrer nas próximas horas, ou mesmo dias.
Para eventos dessa magnitude uma questão que sempre se coloca é se o tremor não pode provocar um tsunami. Para que isso ocorra, de forma perceptível, teríamos de ter magnitude acima de 7.5 e o movimento na falha sísmica tem que ser do tipo reverso ou normal, o que causaria um levantamento ou afundamento brusco do soalho oceânico. No caso do evento o movimento da falha sísmica é do tipo transcorrente, um tipo de movimento em que há somente deslizamento horizontal de um lado da falha em relação ao outro. O mecanismo focal, obtido a partir do tensor de momento sísmico, está mostrado na Figura 3.
Figura 3. Mecanismo focal do sismo.
Fonte: LabSis/UFRN, USGS
Joaquim Ferreira, Eduardo Menezes