Quinta-feita, dia 10/09, às 16h30, no auditório do Módulo REUNI do Departamento de Geofísica, acontece o segundo seminário do LabSis, do ciclo de 2015. O palestrante será Alessandro Dantas (PPGG - UFRN).
Título: MAPEAMENTO
DA ISOTERMA DE CURIE NA BACIA DO PARNAÍBA ESTIMADA ATRAVÉS DA PROFUNDIDADE DA
BASE DAS FONTES MAGNÉTICAS.
Resumo:
Localizada no limite oeste do nordeste brasileiro,
a Bacia do Parnaíba é uma bacia intra-cratônica produtora de petróleo. O
presente estudo tem como objetivo caracterizar sua estrutura térmica,
utilizando dados aeromagnéticos e gravimétricos. Com isso, foi utilizado à
técnica de análise espectral em dados magnéticos da bacia, para mapear a
profundidade dos corpos magnéticos e assimila-los à profundidade da isoterma de
Curie da magnetita, com o interesse de mapear o seu gradiente geotérmico.
Utilizando a técnica da análise espectral, foi
possível mapear a Superfície da base das fontes magnéticas (SBFM), superfície
que delimita a profundidade na qual ainda ocorre magnetização da magnetita. Na
Bacia do Parnaíba a SBFM apresentou profundidades em torno de -20,5 e -28,5 km.
Paralelamente para servir como gabarito para a SBFM, foi feita uma inversão dos
dados magnéticos utilizando a técnica de inversão do vetor de magnetização
(MVI), que demonstrou ser consistente com a SBFM. Além disso, a SBFM se correlaciona
positivamente com a profundidade da Moho que foi estimada através de dados
gravimétricos do satélite GOCE (Gravity Field and Steady-State Ocean
Circulation Explorer).
Supondo que a SBFM coincida com a Isoterma de Curie
da Magnetita (ICM), superfície na qual a magnetita ( ) perde as suas propriedades ferromagnéticas, foi
possível estimar o gradiente geotérmico. Deste modo, o gradiente geotérmico na
bacia apresentou valores entre 19,2 e 26,5 . Pelo gradiente geotérmico foi
possível estimar o fluxo térmico na bacia utilizando uma condutividade térmica
de 2,69 . Deste modo, foi encontrado um fluxo térmico na bacia variando entre
51,6 e 71,3 , que é consistente com valores encontrados em outros trabalhos de
fluxo térmico da América do Sul. Adicionalmente foi possível estimar a
espessura da litosfera através de uma relação empírica entre esta e a Isoterma
de Curie da Magnetita, encontrando valores entre -65,8 e -89,2 .
Através destas informações, propomos que a
estrutura térmica da bacia do Parnaíba está sendo influenciada por uma anomalia
térmica profunda. Esta anomalia tem aquecido a litosfera sob a bacia e tem
resultado em valores relativamente finos para a espessura litosférica e valores
relativamente altos para o fluxo de calor na superfície. A origem desta
anomalia não é clara, mas a correlação entre a profundidade de Curie e a
topografia da Moho, sugere que processos tectônicos de extensão poderiam ter
influenciado na geração da mesma.
Fonte: LabSis/UFRN
Alessandro Dantas, Joaquim Ferreira, Jordi Julià, Rodrigo Pessoa.